segunda-feira, 20 de abril de 2015

Nossos cabelos enrolados

O texto de hoje vai fugir um pouco do usual.
Queria compartilhar aqui pra lembrar depois e me alegrar um pouquinho com as belezas pequenas que o mundo oferece.
Enfim, em um sábado meio chuvoso estávamos eu e meus pais em um passeio na Paulista, aqui um pequeno adendo, gente não veio do interior mas cada vez que passamos em frente ao MASP, papai e eu entoamos juntos "Como é linda essa Paulista!", apesar de baiano por nascimento, meu pai é apaixonado mesmo por ESSEPÊ, MEO.
No meio das nossas andanças paulistanas, paramos em uma feirinha que estava acontecendo em um dos shoppings, mais especificamente, ficamos admirados com o trabalho artesanal de uma das barraquinhas. Além do que, a vendedora era super simpática e, conversa vai conversa vem, a moça espantada olha dos meus pais para mim e pergunta "Então quer dizer que você é a mistura dele e dela?!", respondi que sim e ela mais estupefata ainda complementou "Então você é meio negra?!", eu toda sorridente e cheia de orgulho acenei afirmando. Ela riu e me contou que o motivo da risada era porque ela passara horas no salão tentando ficar com o cabelo de japonesa (aqui vale outro adendo, a moça era negra e eu de origem oriental), mas não tinha dado resultado, "Olha aqui como ficou" pediu ela meio chateada mostrando os cabelos. Não sei porque, mas confessei a ela que passei horas em casa tentando fazer meu cabelo ficar cacheadinho que nem o dela e que se eu pudesse nunca teria alisado nem um fio, porque meus cachos e redemoinhos eram parte de mim, da minha origem. Ela sorriu e disse que eu estava certa, e foi esse sorriso que fez o dia nublado ficar um pouquinho mais feliz.
É uma história bem bobinha, mas fiquei muito contente por ter "empoderado" os cachos alheios, porque só eu sei o quando eu queria que alguém tivesse falado isso pra Luana de uns anos atrás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário