Uma taça de vinho
O som do Camelo
A cidade adormece
ouvindo ele cantar
O silêncio delata
e conta os segredos
da solidão
que paira no sétimo andar
Procura(r)-me
À procura do céu, encontrei meu inferno.
domingo, 24 de abril de 2016
segunda-feira, 11 de abril de 2016
domingo, 6 de dezembro de 2015
Classificados
Procura-se lugar para comprar. Espaçoso, claro e arejado. Silencioso e propício a momentos de paz. Com vista para a frente se possível. Vizinhos de alto astral e bem resolvidos são diferencial. Paga-se bem.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
07
Quando eu estou triste costumo chorar até a última lágrima. Deixo que doa até eu achar que não vou mais respirar. Sinto todos os sentimentos misturados na velocidade máxima. Até que, de repente, tudo passa.
As lágrimas se findam e meu peito para de apertar. Começa então uma calmaria. Sem fim.
Esse momento pós-fossa é tão ruim quanto a própria fossa. Estou esvaída, não restou nada, minhas lágrimas levam embora de dentro de mim tudo o que eu um dia já senti.
As coisas estão sem sal. Eu sem paciência nenhuma. Nada me tira do eixo. Os encontros são sempre os mesmos com pessoas diferentes.
As perguntas sempre iguais com respostas já decoradas. Não me lembro de sentir ansiedade ou aquela excitação gostosa antes de encontrar com alguém.
Meu coração vive em calmaria.
Vivo apática, sem paciência e achando q tudo e todos são muito pouco interessantes. Meu coração não bate mais por ninguém.
Isso é tão aterrorizador que começo a pensar que quem tem problemas sou eu. Eu sou chata, apática e nada interessante. As pessoas entram na minha vida e eu mal espero que elas saiam, pra falar a verdade, eu não as deixo nem passar do capacho da porta.
Triste.
Aterrorizador.
Calmo.
Um silêncio e calmaria que se destoam da enxurrada de sentimentos que eu tinha antes. Me sinto órfã, como se alguém tivesse levado de mim a capacidade de se envolver ou de ir embora de um encontro me segurando para não mandar mensagem marcando o próximo.
As lágrimas se findam e meu peito para de apertar. Começa então uma calmaria. Sem fim.
Esse momento pós-fossa é tão ruim quanto a própria fossa. Estou esvaída, não restou nada, minhas lágrimas levam embora de dentro de mim tudo o que eu um dia já senti.
As coisas estão sem sal. Eu sem paciência nenhuma. Nada me tira do eixo. Os encontros são sempre os mesmos com pessoas diferentes.
As perguntas sempre iguais com respostas já decoradas. Não me lembro de sentir ansiedade ou aquela excitação gostosa antes de encontrar com alguém.
Meu coração vive em calmaria.
Vivo apática, sem paciência e achando q tudo e todos são muito pouco interessantes. Meu coração não bate mais por ninguém.
Isso é tão aterrorizador que começo a pensar que quem tem problemas sou eu. Eu sou chata, apática e nada interessante. As pessoas entram na minha vida e eu mal espero que elas saiam, pra falar a verdade, eu não as deixo nem passar do capacho da porta.
Triste.
Aterrorizador.
Calmo.
Um silêncio e calmaria que se destoam da enxurrada de sentimentos que eu tinha antes. Me sinto órfã, como se alguém tivesse levado de mim a capacidade de se envolver ou de ir embora de um encontro me segurando para não mandar mensagem marcando o próximo.
domingo, 25 de outubro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
Mapa
É como numa caça ao tesouro que eu participo sem querer
Quando dou por mim procuro por sorrisos iguais ao seus
em bocas que não
tem o mesmo gosto
Bagunço cabelos na esperança que se assemelhem com sua desordem
Olho por reflexos de óculos com olhos que não sorriem tão bonito
Procuro sapatos bonitos nas ruas cheias de caçados ordinários
Observo manias esperando que elas sejam tão idiossincráticas quanto as
suas
Mas eu nunca encontro o pote de ouro.
domingo, 10 de maio de 2015
O nada
Preciso escrever um texto e não consigo. Na verdade, estou a
algum tempo tentando escrever qualquer texto e não consigo, porque todas as
minhas ideias parecem muito normativas, clichês e sem sal. Prosa nenhuma se
desenvolve, poemas nenhum rimam fora dos terríveis gerúndios, as crônicas estão
todas sem vida e as narrativas sem clímax. Ultimamente, até meus bilhetes estão
sem sentido.
Isso tem me frustrado bastante, tanto que chega a irritar. Comecei
esse texto agora e não faço ideia de onde ele vai chegar, só sei que comecei e
isso é uma vitória tão grande nesses tempos de inspiração escassa que estou até
aliviada, mesmo que esse texto seja sobre o nada. Afinal, sendo o mais sincera
que posso ser, confesso que passo boa parte do tempo, simplesmente, pensando em
nada. Então, nada mais justo que a
reflexão dessa semana seja sobre exatamente isso: o nada.
Sinto-me em demérito por expor minha ausência de pensamento,
mas ao mesmo tempo é como tirar um grande peso das costas, até porque não tem
nada de errado em deixar a cabeça vazia por alguns momentos. Na verdade há certa
liberdade, na qual o pensamento não está preso por amarras da moral social, sou
só eu e minha mente sozinha numa fila de restaurante na hora do almoço ou na
festa da madrugada de sábado.
Nesse sentido, não pense que sou escrava da ignorância, da
frivolidade ou da irrelevância, pois, nem me lembro disso, de quem sou, de que
planeta é este, de que as coisas existem. Não se é ignorante quando nem
consciência se tem. É só um desligamento, da mesma forma de quando te perguntam
se está tudo bem e você responde que sim, mesmo nem tendo parado para pensar na
pergunta.
Talvez a paz de espírito seja isso mesmo, uma eterna
tentativa de esquecer o significado de tudo aquilo que nos ensinam. Ou talvez,
seja só um momento de bloqueio criativo na minha vida. Não sei. Mas agora,
nesse final de texto percebo que apesar daquela sensação estranha de quem dorme
e acorda tendo a certeza de que não teve nenhum sonho, estou leve. Não me julgo
por não ter desenvolvido nenhuma tese espetacular, e espero que você não me
julgue também. Deixo aqui um convite para que, às vezes, você, quem sabe, pense
em nada. Peço que não recuse essa oportunidade, porque poucas coisas na vida
são tão boas quanto aceitar que você não está nem aí se o dia está bom ou ruim.
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